Preciso dizer em poucas palavras, de tudo o que eu preciso e bem confesso: nem preciso tanto assim! Precisar é um verbo essencialmente comercial! Por isto, preciso ir ao mercado porque preciso lá, de alguma coisa que a propaganda disse que eu preciso. Encho minha casa de coisas que não preciso, mas que sinceramente, em dado instante, tanto precisei que nem sei para que.

Preciso sim, de verdade - daquele sossego numa praça qualquer. Coisa que todo mundo precisa, mas que infelizmente, precisa-se de muita coragem nos dias de hoje. Preciso abrir cedo minha janela e exaltar apenas e tão somente a vida. Porque de mais nada preciso a não ser viver intensamente cada dia que me é ofertado. Oras; por que preciso de tantas coisas que o mundo diz que eu preciso, mas que, quando eu não tinha nem precisava? E nem falta sequer me fazia... Preciso continuar a ser simplesmente quem eu sou, do jeito que sou. Preciso de paz e tranqüilidade para encarar esta vida moderna que escraviza a todos. E todos precisam de todos, de tal maneira, que precisar é, sem sombra de dúvidas, muito comercial. Outros precisam dos outros que sabem daqueles que deles precisam sem que para isto tenham que pagar ou retribuir favores. Preciso sim, de um favor! Que todos que de tudo precisam, possam ofertar um pouco disso tudo com os que precisam de verdade: de um sorriso, de um abraço, de uma palavra de conforto, de um incentivo, de uma porta que se abre para um emprego, de um bálsamo para a alma.

Preciso de algumas linhas para escrever uma poesia sem nexo. Pode ser uma poesia que inspire o sexo, numa magia instantânea, completa. É neste instante que eu preciso de ti e você precisa de mim. Precisamos ser o que somos - oferecer o que melhor detemos: o amor incondicional. De mais a mais, qualquer outra coisa que se precise, preste atenção: nem sempre é o que de fato precisamos, nem sempre será aquilo que nos proporcionará essa alegria tão necessária para viver.

Precisa-se de Amor! Apenas isto...