QUADRILHA
Marco Britto
 
 

À memória eterna de Drummond,
pois cada um amava aquela, que amava ele,
que amava alguém de outra turma...

Genésio, Nego Guio, Japão e Saborosa.
Copolato, Fred e Zé Preta.
Pateta, Rato Branco e Perninha...

“(...) E se somos Severinos / iguais em tudo na vida,   
morremos de morte igual, / mesma morte severina:   
que é a morte de que se morre / de velhice antes dos trinta,   
de emboscada antes dos vinte / de fome um pouco por dia   
(de fraqueza e de doença / é que a morte severina   
ataca em qualquer idade, / e até gente não nascida) (...)” .

Ninha, Cremilda, Jamile e Maria Rosa.
Ana Marta, Márcia Morena e Dina, a Nega.
Ivete, Gilda e Soninha...

“(...) Quando em teus cabelos louros ou negros
mergulho  o  rosto,
parece que faz sempre sol-posto
que a noite mansamente nos meus olhos desce! (...)".

Além de rimas, lembranças,
de coisas tristes e gostosas,
além do nosso tempo de criança,
muito além de qualquer verso ou prosa.

Vem à tona em certa hora
num dado instante das nossas vidas,
saudades como a de agora,
retratos de muitas partidas.

Gente que se foi e não volta mais,
gente que nunca foi por medo de sair,
gente que jamais voltou atrás,
gente que foi obrigada a partir.

“(...) A gente quer ter voz ativa, no nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva e carrega o destino pra lá
Roda mundo, roda gigante, roda moinho, roda peão
O tempo rodou num instante nas voltas do meu coração (...) “.

Existem pessoas que fazem parte das nossas vidas sem ser exatamente aquelas a quem amamos, com quem brincamos, a quem queremos... Existem pessoas que fazem parte de nossas vidas justamente para nos mostrar que a vida é feita não só de amor e alegria, mas de uma dura - e às vezes - dolorosa realidade...

“(...) Há um menino, há um moleque / Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança / Ele vem pra me dar a mão.
Há um passado no meu presente (...) “