Esqueçais
minhas palavras,
amada!
Imploro-te!
Não lhes dê atenção,
e fingis que elas não existem,
que jamais existiram,
e que nunca passaram
de devaneios.
Ou
então as considerais loucas,
insanas e dementes.
Pois é o que são, digo-lhe:
são palavras loucas e insanas,
Acredite-me!
Vós
podeis pensar
no quanto estava eu
louco e embriagado
ao usar tais palavras.
Mas não as usei,
não as proferi.
Foram elas que arranharam
minha alma e
saltaram do peito.
Rebeldes
e insensatas
é o que são!
Insurrectas palavras
a dar forma a sentimentos
que não lhe são seus,
onde já se viu?
Ficais,
amada,
não se vá,
ouçais meu grito
desesperado!
Acreditais
em mim
e considerais
todas as palavras
indignas e mentirosas
se esta verdade a pôr
distante do meu coração.
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