ENTRE
UM E ÔTRO ALUMIÁ
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Elaine
Grava
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"Nesta
vida, Que a gente deve desembocá entristecimento em dia de apuro, é certo que sim, porque é de sentido que a gente vive, ô se é. Que as árvre pertinho do rio deve de dá um pouco de apazigüamento, um pouco de brancura, um pouco de saudade pra gente, também é certo, é, é certo que sim. Que de quentura é feito o colo da mãe da gente - regaço -, e que é de cansaço que a gente se desmancha, que a gente se acinzenta, que se acriança de novo. Que no jeito das flor a gente passa a ter entendimento de como é que se dança de leve aperfumando o ar, é desse jeito, é sim. Que no modo de sê do hôme é que se acredita ou desacredita um pôco mais naquilo que Deus-Nosso-Sinhô um dia chamô de bondade. Que na maior parte das veiz eu acredito, apesar de despôi eu me enchê de desapontamento, que nem a *Cabíria, aquela moça do filme. Que se tem uma espécie de teima dentro da gente, que esperneia de primeiro, despôi se desacorçoa, e despôi torna a esperneá. Que a firmeza que a gente tem no modo de acreditá nas coisa é de lua; ela vem e vai embora e despôi torna a voltá. Que a gente é sozinho no mundo: feito folha que cai de árvre e voa sem sabê direito onde, feito grito que faz eco no horizonte, longe. Essas lição eu tive no prolongamento da vida, nos amanhecimento e terminação dos dia, quando o sol se firma lá nas altura e despôi vai-se embora e dali um pôco as estrela alumia o breu da noite. E assim por diante. *Cabíria: personagem felliniana, do filme: Noites de Cabíria. |