Oh! Mãe Terra!

Bela bailarina que dança pela Via Láctea entre milhões de estrelas...

Eu olho pra você apenas como um dos seus tantos filhos!

Esses filhos que extraem de ti o alimento do corpo, o ar e a água da vida! Esses filhos que caminham por tuas paisagens e raramente te agradecem pelos magníficos cenários. Esses filhos que apesar do teu coração grandioso, te causam tantos tormentos. Que te escavam à procura do ouro! Que desviam teus rios e poluem os mares. Que banham o teu corpo com o sangue das guerras e te afligem com tantas injustiças.

Esses filhos que nem lembram de ti como uma mãe, que oferece tudo e não lhes cobra nada. Esses filhos que queimam o teu sangue negro e por ele são capazes de matar seus semelhantes!

Eu sou um simples grão de areia, perdido em tua imensidão. Mas eu consigo escutar o teu pulsar! Eu sinto e entendo tua revolta!

Teus filhos são ingratos! E você dá seus recados ativando os vulcões com tuas lágrimas incandescentes. Devastando regiões inteiras com teus lamentáveis suspiros. Mas eles não entendem! Apenas dizem que a Natureza está louca!... E seguem assim, dia após dia, devastando tuas florestas, poluindo teus rios, matando teus bichos e colocando mais fumaça no ar.

Tudo em nome do progresso e da economia!

Então, minha amada Mãe Terra, eu fico aqui, neste ponto distante, perdido em minhas divagações, pensando no futuro assombroso que aguarda as novas gerações. Da maneira como teus filhos te tratam, com certeza caminharás para a morte! Uma dançarina sem música, sem cores, sem água, sem comida e sem esperança. Uma dançarina azul e alegre que assim, ficará cinzenta e triste! Uma bela Dama do Sistema Solar que morrerá pela falta de respeito dos próprios filhos. E ainda que nós, façamos tudo em nome de Deus. Ainda que cultuemos qualquer religião, nada disso nos salvará da tua compreensível revolta.

Minha Mãe Terra! Ainda é tempo de nos conciliarmos! Tempo de salvar tuas estruturas, apenas preservando a maravilha que tu és. Se conseguirmos mudar nossa visão e nossas atitudes, poderemos sim, continuar a te ver bailando por entre as estrelas. E se assim for, um viajante das Galáxias passará pela Via Láctea e poderá dizer orgulhoso: Aquela é a Mãe Terra, a bailarina número um do Universo criado por Deus!