NERVOS DE AÇO
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Vera Vilela
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Há momentos na vida que somos colocados à prova. Qual é a nossa medida máxima até que tenhamos uma explosão de nervos? Ultimamente tenho passado por momentos assim com minha separação conjugal, difícil, demorada e me fazendo testar até o último grau de minha paciência. São negativas sem razão, exigências que nunca cessam e acusações absurdas. Porque é tão difícil uma pessoa aceitar que a convivência já não é mais possível? Principalmente quando essa pessoa já não respeita mais os sentimentos da outra, quando o habitar junto tornou-se uma coisa totalmente insuportável para ambas as partes. Que sentimento de posse é esse que quer torturar a outro até o fim da vida? Que falta de amor próprio é esse que não deixa que se enxergue os fatos, as razões? Quando uma união é estável, saudável, feliz, não precisa que haja separação, se esta existe é porque acabou, então porque ficar insistindo nisso? Parece que sempre tem aquele que não aceita. Sei que não deve ser nada fácil ser dispensado mas, sei também que a vida está aí pra ser vivida e que nada é para sempre. Queria muito poder ser amiga, conversar (sinto falta disso) com o ex-marido mas, ele a cada dia, a cada mês, vai colocando muralhas entre nós, cada vez mais intransponíveis. Ao invés de me prender o que faz é cada vez mais me afastar. E ainda no meio de tudo isso tem a exigência por coisas absurdas, coisas que só custaram meu esforço e trabalho e que agora me vejo na obrigação de partir ao meio com uma pessoa que nunca se preocupou em construir seu futuro. Casamento para mim hoje significa: prisão, pressão, opressão, individualismo, interesse, jogo de poder, briga, críticas e outras coisas ruins, infelizmente. Só mesmo tendo os nervos de aço para conseguir transpor esta ponte e chegar do outro lado, sozinha, mas, feliz com certeza. |