INVISÍVEL
E ENVOLVENTE
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Sonia
Regina Rocha Rodrigues
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Meu tio André e minha tia Teresa, as pessoas mais alegres que conheci em minha vida, nasceram em casas vizinhas, cresceram juntos, forma o primeiro e único amor um do outro. A história de amor deles é linda do princípio ao fim e vou contar aqui como eles trocaram seu primeiro beijo. Nesses dia, pela primeira vez, aos doze anos, minha tia viu a árvore alta, repleta de flores brancas, chamada dama da noite. O simples nome trouxe à imaginação da garota a visão de uma bela moça em longo vestido de baile, e ela suspirou. Como ela desejava ir a um baile e dançar! Era dia, e não se sentia nenhum aroma, mas a dona do lugar garantiu que a flor daquela arvore era a mais perfumosa do lugar. Um gatinho passou miando e distraiu a garota, que afastou-se da arvore para ir brincar com o bichinho. Pouco a pouco iam chegando e se acomodando em seus chalés os vizinhos, parentes e demais convidados para a festa daquela noite. O melhor amigo da garota também veio com sua família, e, assim que largou sua malinha no quarto, ele e a amiga afastaram-se dos adultos, para não atrapalhar, e divertiram-se na cachoeira até a hora do jantar. Aconteceu depois da sobremesa. Os adultos conversavam sobre futebol e política quando o jovenzinho, agora bem vestido e penteado, procurou pela garota, agora também elegante e infeliz com os sapatos novos que lhe apertavam os pés. Foram os dois para a varanda, apreciar a lua cheia e o grande balanço almofadado. Foi então que a brisa trouxe o perfume, intenso, de causar tonturas. Surpresa, a garota fechou os olhos e inspirou o delicioso aroma. E o garoto a beijou. Ele afirma que, naquele momento, percebeu-se homem, e ela, mulher. Ela jura que foi a dama da noite que os enfeitiçou. |
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