Tema 198 - PORTEIRA FECHADA
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MUNDÃO VELHO SEM PORTEIRA
Eloi Xavier

Já pequeno, ainda franzino, Teobaldo ouvia do pai, repetidas vezes, uma frase que acompanharia pelo resto de sua vida: “Mundão velho sem porteira”.

Os alcances do seu mundo eram pequenos. Abrangiam o pequeno vilarejo no alto da serra, de uma cidade do interior onde viviam.

Mas Teobaldo queria abraçar o mundo. Conhecer novos horizontes. Descobrir o que havia além da porteira de sua casa.

Um dia, já crescido, tomou o rumo da estrada. Deixou para trás, lembranças da infância e seus pais agarrados na porteira, entre acenos e lamentos.

O tempo passou e um dia Teobaldo voltou. Trouxe na bagagem amarguras e frustrações. Encontrou no mundo que tanto sonhou muitas porteiras fechadas. Um mundo repleto de cercados, onde não poderia ingressar.

Guardou seus encanecidos sonhos na gaveta e voltou para seus velhos pais.

No pequeno vilarejo, no alto da serra, numa cidade do interior, encontrou uma porteira que sempre estaria aberta para ele. E esse era o seu mundão velho sem porteira.

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