UM
CORPO SEM HISTÓRIA
|
|
Tania
Orsi Vargas
|
|
Na palma das mãos, linhas desconexas escritas em vivências de arrastadas jornadas. Os braços, caídos ao desalinho do imprevisto, quando a vida gritara seu derradeiro sopro. Apenas amanhecia sobre o úmido asfalto e os pés faziam ainda o desenho do movimento cortado em pleno vôo... A claridade revelava agora, lenta, impiedosa, o quadro que a noite guardara cúmplice, em silencioso velar de estrelas frias. Mas sob o choro da garoa que iniciava condoída, preservava-se ainda um pouco mais a solidão de um corpo recém tombado, até ser entregue ao profissionalismo de mãos indiferentes e de ser, devidamente, ainda uma vez, numerado e catalogado. |
|
Protegido
de acordo com a Lei dos Direitos Autorais - Não reproduza o texto
acima sem a expressa autorização do autor
|