O
SUBVERSIVO
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João
Batista dos Santos
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- Bom dia. - Bom dia. - Podemos entrar? - Claro. - Vou direto ao assunto, nós recebemos uma denúncia. - Denúncia? Que denúncia? De quem? - É anônima... Disseram que o senhor escreve... poesias... - Poesias? Mas isso é uma grande mentira. - E... que também não tem computador... - Tenho, sim. Roubaram. - Roubaram? Sei. Tem certeza? - Tenho. - Por que não requisitou outro? - Taqui a requisição. Logo chega um novo. - Hum... E quanto às poesias? - Eu não escrevo, eu juro. - Podemos revistar sua casa então? - Cadê o mandato? - Que mandado, rapaz? Você vive em que ano? 2010? - Mas eu não escrevo essas porcarias! - Vamos revistar então. - Não, por favor. Vai... vai ser perda de tempo. - É? Vamos ver então. - Não, por favor. - Sargento, dá uma geral aí. ... - Hum, não escreve, hein? Seu safado, ordinário, sem-vergonha! O que é isso aqui então, o que é issooooooo? - Ai, eu não sei como isso veio parar aqui! - Não sabe, hein? Subversivo filho-da-mãe! Põe ele no camburão, sargento, põe no camburão! Você vai pegar uns vinte anos, bandido! |
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