9:37 a.m. - 11 de setembro de 2001.
Na boca ainda o gosto do brigadeiro e pela casa, os enfeites que sobraram da festa do dia nove, aniversário da menina. Quando vi pela televisão o ataque aos EUA, desmoronei junto com as torres. Guerra mundial! Foi o que pensei. Quem imaginava que os Estados Unidos seriam invadidos por terroristas? O choro compulsivo foi inevitável. Lágrimas solidárias pel a dor americana.
Há quem visse as torres como símbolo de Soberania e Orgulho americano. Quando as vi caindo, lembrei-me disso. Mas aquele momento não era para pensar em nada assim! Eu estava sofrendo pelas vidas inocentes que pagaram o preço alto com a morte. Parecia que via o fanatismo religioso naquele gesto suicida e como que se dissessem para o Presidente dos EUA, imitando a fala de Moisés ao Faraó: "- LIBERTA O MEU POVO!"
Vi aquele ato como atitude agressiva de repúdio pelas invasões americanas em terras estrangeiras. Os terroristas pareciam dizer com a ousada postura:
"- Isso é para ir por terra o orgulho de que vocês são tão eficientes! Até essa Supremacia está vulnerável a ataques!"
Eu quis gritar para eles que aquela dor não era só americana, era uma dor Universal. E que até Deus depois que permitiu que matassem os primogênitos egípcios, preferiu agir de outra maneira enviando seu Filho para nós. E dizer-lhes que a morte não melhora e não conserta nada! A única coisa certa que muda o coração do homem e consequentemente o mundo, é o amor.
Se os fanáticos políticos e religiosos destruíssem-nos torres por causa dos maus governantes, que seria do mundo sem os bons? Pois, geralmente quem morre são os inocentes.
Aquela cena triste que assistia levou de mim o que restou de encanto do aniversário de cinco anos da minha filha. E todo o colorido da festa e o doce da boca deram lugar ao cinza e ao amargo doído da compaixão...
ADENDA:
"(...)Os atentados causaram a morte de 3234 pessoas e o desaparecimento de 24..." Fonte: Pentágono.
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