Já não tinha o que fazer, quando ela apareceu na sua frente. Coitada tão inocente. João foi logo dando um fora grosseiramente. Alicia saiu bem magoada e resolveu não aparecer mais.
Ele estranhou seu desaparecimento, mas suas palavras a magoou bastante, pois não imaginava que ela fosse tão apaixonada por ele.
João nem lembrava o que tinha feito com Alicia. Com a cabeça quente que estava naquele dia tão ingrato.
Lici (apelido carinhoso que João a chamava) tentou esquecê-lo. Coisa difícil quando se está amando alguém, mas João nem imaginava.
Certo dia o grosseiro resolveu procurá-la. Estava com um problema e queria conselhos da sua amiga. Ao encontrá-la, foi logo fazendo palhaçada para chamar sua atenção. Lici do canto não saiu, não achou nenhuma graça, não teve o maior entusiasmo de ir ao seu encontro. Ele não notou a falta de interesse dela. E foi logo contando seu problema e pedindo sua ajuda. Ela não prestou atenção e foi logo falando:
- Não te ajudo mais, não te dou mais conselhos. Procura outra pessoa para te ajudar.
João perplexo com o que ela falou, procurou uma causa, mas não encontrou. Saiu confuso com o comportamento de Alicia. Desde que conhecerá, era a primeira vez que o tratava assim, tão rude, tão seca... Lici era sua confidente, sua conselheira, não existia segredo entre os dois.
Jan (modo carinhoso que Licia o chamava) ainda procurava uma resposta. Resolvendo ir atrás de uma super amiga dela. Achando que com ela poderia achar alguma resposta.
Ao encontrar Nay, Jan vai logo perguntando:
- O que está acontecendo com Lici, porque ela está tão dura comigo?
Nay prometeu não contar a causa daquela dureza toda de Lici, mas prometeu de dedos cruzados.
Então começou a contar. Sentaram num canto e Nay começou a falar:
- O que aconteceu com Lici foi o seguinte: Ela não sabia como chegar a você, pois está super apaixonada, mas tem medo que você a rejeite...
João interrompe e também fala que está gostando dela de um jeito diferente. Mas que ocorreu uma coisa e ele não sabia o que fazer.
- Recebi uma carta, contendo uma super declaração de amor. Só que a carta está anônima, não sei quem mandou.
- Quando acabei de ler a maldita carta, Alicia ai chegando. Não queria mostrar a carta a ela e acabei a tratando mal e sendo grosseiro.
- A tratei mal por conta de uma carta, não queria, que ela soubesse que outra pessoa gostava de mim.
Nay o interrompeu e para seu espanto falou:
- A CARTA MALDITA, quem mandou foi ela. MALDITA não, todo homem gostaria de receber uma carta dessas. UMA GRANDE DECLARAÇÃO DE AMOR.
As palavras de Nay logo alertaram Jan.
- Quem? A carta? Mandou? O quê?
- Não acredito no que fiz? Como pude fazer isso? Porque não me liguei? Tenho que fazer alguma coisa, não quero perder o amor que Alicia tem por mim.
-Nay, me ajudaaaaaa
Tenho uma idéia, gritou Nay.
- Ela gosta muito de ir à praia, adora ficar observando o mar, parece até que conversa com ele. Que tal um encontro na praia?
No dia seguinte, Alicia estava lá, observando o mar e o sol se pondo. De repente chega uma pessoa por trás dela, falando algumas palavras:
- "Eu não sei o que falar, mas você é de encantar, me encantei por você. Estou apaixonada..."
Lici conheceu aquelas palavras. Era da carta que escrevera para João. A voz também era familiar.
- João! Como você...?
Jan colocou o dedo indicador na boca de Lici, para ela fazer silêncio e sussurrou ao seu ouvido:
- Nay me contou tudo. Perdoa-me, também te amo. Pensei que a carta era de outra pessoa, não queria te magoar, por isso te tratei daquele jeito. Amei o que você escreveu. Te amo , Te amo , Te amo ... Perdoa-me.
João a pega no colo e a beija calorosamente. Alicia afasta seus lábios dos dele e sussurra no seu ouvido.
- Quem ama, perdoa.
E os lábios voltam a se encontrar fervorosamente. |