16.
AS CIDADES, ÀS CIDADES
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Edison
Veiga
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Por onde passei, deixei alguns de meus pedaços. Porque, dizem, as células morrem o tempo todo, um pouco por vez. - Um nariz! - Um olho! - Um pênis! (- É meu, é meu, é meu!, gritam meninas histéricas.) Os agrados, segredados, jazem natimortos nas gavetas velhas, griladas, de antanho. Nelas, os grilos foram segregados, só para caberem os agrados. - Agrido. As gavetas não têm endereço fixo. Percorrem a totalidade das cidades onde me fiz. As mesmas que tumulam meus pecados, pedaços, cadarços e petardos. |
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