Quando
a Ricardina começou a morrer, no beco atrás da nossa
casa, ela me chamou com a voz alterada: Vai lá, a Ricardina
tá morrendo, coitada, que Deus perdoe ela, corre lá,
quem sabe ainda dá tempo de chamar o padre, falava de arranco,
querendo chorar, apavorada: que Deus perdoe ela, ficou falando sem
coragem de aluir do lugar.
Mas
a Ricardina era de impressionar mesmo, imagina que falou pra mãe,
uma vez, que não podia ver nem cueca de homem que ficava
doida. Foi mais por isso que ela ficou daquele jeito, rezando pra
salvação da alma da Ricardina.
|