Preciso das formas retangulares da metrópole
Linhas retas, simetrias concretas
Preciso do povo na rua, ter o que olhar
Perceber, analisar, rir, me espantar
Preciso do excesso que me faz anônimo
A dinâmica do movimento, multiculturalidade
Informação por todos os lados

Preciso ver a praia de vez em quando
Mar, como desejo te abraçar!
Pés na areia, brisa cortando o sol
Caminhar no rasinho da água
Mergulhar, pular e cair feito criança
Fechar a cara na hora de ir embora

Preciso do sossego do interior vez ou outra
Aquela paisagem de verde inesgotável
Pés na terra, grama fofa, aconchego
Delícias caseiras, muitas horas pra comer
O canto da vida nas árvores, escute
O céu forrado de estrelas, observe
Não querer mais saber de correria...

Até que eu acordo, desço do ônibus e caio no metrô...
Como eu preciso da metrópole!