RIFA
DE BURRO
|
|
William
H. Stutz
|
|
Me contaram dia desses outra vez, a história da rifa do burro morto. História antiga, já sem dono, cada um de um jeito conta. Talvez muitos a conheçam. Reconto aqui. Pode ser novidade para outros tantos. Aconteceu,
dizem, lá pelas bandas de Estrela da Barra, hoje Vila Triângulo
que fica de cá do rio, em Minas. De lá está Santa
Albertina. Travessia só de balsa. Tarde à toa de domingo moçada a passear sem muito o que fazer, toparam com fazendeiro arrastando burro morto para enterrar. Logo um mais chegado às espertezas de dinheiro fácil ganhar, pediu o burro dado. O fazendeiro velhaco e desconfiado perguntou o motivo da querência. -
Rifar o bicho só isso. Fazemos cem números a vinte contos
cada e corremos a rifa do burro. -
Mas o bicho tá morto moleque, você acredita que ninguém
vai reclamar? -
Reclamar vai, mas só aquele que ganhar o sorteio. Ai a gente devolve
o dinheiro dele e pronto. Resmunga um maldizer da pouca sorte se dá
por justiçado satisfeito. E nós ainda ficamos com bons trocados
para o fim de semana que vem. E assim se fez. Mineirice. |
|
Protegido
de acordo com a Lei dos Direitos Autorais - Não reproduza o texto
acima sem a expressa autorização do autor
|