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BIOGRAFIA
EIS PORQUE NÃO VOU À MANICURES
Ubirajara Varela

Nunca fui fã de manicures e pedicures. Nada contra a profissão, nada contra as profissionais. Acredito até que elas prestam um bom serviço em alguns casos bem particulares, conseguindo transformar certas patas bizarras e grotescas em membros até engraçados, coloridos e divertidos.

O problema real das manicures (na minha opinião) é a higiene. Ou melhor, a falta da bendita e prevenida higiene. Muitas amigas, namoradas antigas, a atual, as mulheres da família, enfim, as clientes, todas dizem que é implicância minha. Ou falam que eu estou repetindo as palavras do meu pai, que também não é muito fã desse tipo de trabalho, por conta da mesma falta de higiene. Está certo que o velho não gosta do efeito produzido, do produto final. Ele gosta de mãos e pés ao natural. Eu, particularmente, até acho que ficam bonitas as unhas, mas que os bifes, as cutículas, as lesões e as fofocas não justificam uma sessão de automutilação.

No entanto, hoje, ao folhear a edição 2100 da revista Veja, na página 49, deparei-me com algumas informações assustadoras que vem justamente, cabendo bem como uma luva, desbancar qualquer teoria sobre implicância e corroborar a polêmica tese levantada pela classe masculina aqui explicitada. Segundo a publicação, os dados são os seguintes:

- todas as profissionais do ramo usam seus instrumentos entre si;

- 85% delas não sabem que o sangue infectado transmite hepatites tipo B e C;

- 74% não se vacinaram contra a hepatite B;

- 54% procuram esterelizar seus intrumentos em estufa, mas não o fazem corretamente;

- 26% esterilizam seus intrumentos em autoclave mesmo sem saber como usá-lo;

- 8% aquecem os instrumentos no forno de cozinha, o que não vale de nada no quesito esterilização;

e... tcharam...

- NENHUMA lava as mãos entre um cliente e outro.

Aí você vai me dizer: é implicância sim! Pois piores são alguns homens e pouquíssimas mulheres que não lavam as mãos depois de ir ao banheiro. Seja para aliviar as necessidades em efeito líquido, gasoso ou sólido.


E eu posso lhe responder: Ok! Você está certa. Por isso, a minha atitude agora é não sacudir as mãos de homens gentis e mulheres simpáticas depois que saem do banheiro e abolir completamente dos serviços utilizados as porquinhas manicures e pedicures.


E continuarei "implicando" até que estas e aquelas pessoas saibam desfrutar da maravilhosa e imprescindível dádiva da humanidade chamada higiene.

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