SUA
FLAUTA DIZ TUDO
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Karen
Caroline Costa
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Abra
a porta e vá entrando... Fui
recebida assim ao entrar naquele apartamento com paredes azuis e teto
branco, alvo das minhas noites de sono perdidas. Na
manhã de domingo passado ouvi um som de flauta muito próximo,
mas não conseguia descobrir de onde vinha, e nunca havia escutado
som de flauta no bairro, era uma música muita alegre como quase
todas do Jorge Ben. Na
terça eu estava triste, olhando a janela, e desta vez foi Tom Jobim
que escutei, vai minha tristeza... comecei a achar que a pessoa que tocava
flauta pudesse me ver, começou a chover e o repertório mudou,
comecei a sorrir, mas logo deixei isso de lado, pensei ser apenas uma
coincidência. No
meio da semana resolvi fazer um teste, coloquei um cocar comprado no verão
passado na Amazônia e fui para a janela, e mais uma vez, a trilha
foi perfeita, "Índia seus cabelos nos ombros caídos
negros como a noite que não tem luar...", não aguentei
saí pelo prédio, colando o ouvido em todas as portas, passei
na frente dos bares e nada, a flauta estava calada. Parei
de sondar tomei uma decisão, como não toco instrumento algum
, passei três dias sem aparecer na janela, pendurei um pano preto
com um ponto de interrogação enorme e branco, deu certo
no dia seguinte havia um bilhete embaixo da minha porta:" Apartamento
22, Rua Vital Motta 245, a partir das 18h". Mistério acabado, meu melhor amigo me pedindo em namoro e me presenteando com os vários CDs utilizados para me conquistar, a flauta? nunca existiu de fato, mas a brincadeira até que foi divertida! |
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