AMIGAS
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Juliana
C. Círchia de Souza
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O
tempo parecia que não havia passado pra nós. Ríamos
e falávamos alto como se ainda tivéssemos a tenra idade
e nada conhecíamos do mundo.Os olhares se voltavam para nossa mesa.Pouco
entendiam o que se passava diante das risadas largas.Comíamos uma
pizza regada a chopp pra três,a quarta estava tomando muito remédio,não
se permitia a mistura com alcool. Voltamos
a ser meninas.Amigas que dividiam tudo,mas com uma cumplicidade maior,de
mulheres. Mulheres resolvidas,bem sucedidas,bem amadas,seguras...será? Puxa
amigas, depois de tanto tempo achava que só eu tinha as neuras
e as inseguranças. Vi
nos olhos de cada uma seus medos e anseios.Comentamos sobre nossas vidas,nossos
filhos , maridos e profissão. Passamos
do papo intelecto para o quente,aquele que ficava sempre em primeiro lugar
na adolescência. Comentamos
abertamente sobre nossos desejos secretos. Falamos
do que vivíamos paralelamente à nossas vidas sem máscaras,sem
a vergonha. Acendi
um cigarro e surpresas me olharam.Traguei profundamente,joguei os cabelos
para o lado,uma reparou,poxa você continua com essa mania de jogar
os cabelos... Aí
entendi.Vocês três,passaram todo esse tempo juntas sempre,eu
às vezes participava das horas alegres,das festas.Fiz uma sondagem
da nossa amizade naquela noite e constatei,ela nunca morreu,apenas adormeceu
na estrada contrária que caminhei à de vocês. E
tenho que confessar uma coisa,morri com a falta de vocês.Havia me
esquecido dessa amizade boa,dessas horas em que fomos somente amigas,nada
mais. Obrigada por terem me obrigado a voltar...AMO VOCÊS! |
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