NATAL
FELIZ
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Luís
Valise
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Ele era levado. A mãe, já não tão moça, paciência no limite: -
Derramou café, seu peste? Tome! Tome! Tome! Ia chegando o Natal, ela aproveitou: - Se você se comportar direitinho, não fizer nada errado, nadinha, Papai Noel atende seu pedido. Você escreve uma cartinha pedindo o que mais quer, joga no telhado e vai dormir. No dia de Natal ele te atenderá. Mas só se você se comportar direitinho, ouviu, tranqueira! Parecia outra criança. Fazia o dever de casa, ajudava a mãe em tudo, não sujava a roupa. Nem se machucava, tomava o café com calma. Só uma vez ele derramou, mas ela não bateu, só torceu-lhe a orelha. Foi chegando o dia, ele escreveu a cartinha, e jogou em cima do telhado. O Natal chegou. Família grande, reunida. Comida farta, mal esperou dar meia-noite, correu dormir. O dia amanheceu com um galo cantando ao longe. O menino desceu da cama, foi para a sala. Abriu os presentes com seu nome, muitos brinquedos, mas não o que ele mais queria. Estava quase desacreditando em Papai Noel, quando seu pai entra na sala, aos prantos: - Ela morreu! Ela está morta! Morta! O menino fechou os olhos, e em silêncio agradeceu o bom velhinho. |
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