Era noite de natal. Aquela noite especial que acontece todos os anos no vinte e quatro de dezembro. E como nos anos anteriores, aquela família estava unida.

Não havia presentes, nem árvore enfeitada, toalhas novas, arranjo de mesa... tampouco uma ceia preparada com esmero. Na verdade, nem havia luz, pois os funcionários da AES haviam cortado o fornecimento da energia a poucas horas. Nem mesmo nesta data, tão especial, o capitalismo se fazia humano.

O cheiro do peru, da casa vizinha, teimava em entrar pela janela semi-aberta. E por incrível que pareça, aquela família estava mais feliz que muitas outras famílias. Além de se amarem muito e de forma incondicional, davam graças ao amor de Deus, o qual, dois mil e oito anos antes, lhes enviou seu próprio filho unigênito para dar-lhes a vida eterna, aquela que realmente tinha importância para eles.

Feliz natal.