DOCE
DE NATAL
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Aline
Carvalho
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A luz quase prateada que escapa da veneziana a surpreende, porque indesejada. Sente incomodando no peito aquele rombo metafórico, quase familiar, se esta palavra nao tivesse uma conotação vagamente positiva. Contrariada, mal percebe a tarde chegar e passar. Pela porta de vidro quadriculado, observa as luzes natalinas cobrirem a cidade. Abre a gaveta. Não a fecha. O rombo no peito agora é lateral, literal. Doce feito metal. Seu próprio presente, no último Natal. |
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