Parece mentira. Chega a ser inacreditável o que estamos escutando quase todos os dias pelos telejornais e lendo pela mídia impressa a respeito da violência nas escolas. Antes costumávamos ouvir e ler sobre a violência entre os próprios alunos. Agora a violência se volta contra o "pobre" do professor. Que está aos poucos se transformando em meros farrapos humanos.

Para quem está fora do ambiente escolar estas notícias soam como mais um caso de violência como tantos outros que acontecem cotidianamente. No entanto, para nós professores, notícias como estas nos deixam totalmente perplexos e com menos vontade de enfrentar nossas salas de aula no dia seguinte, pois ficamos nos perguntando: "E se for eu a próxima vítima"? "O que nos aguarda o dia de amanhã"? È preciso que atitudes sejam tomadas urgentemente pelos poderes públicos competentes e que o estatuto da criança e do adolescente também sejam revistos imediatamente.

A que ponto chegamos!?

Será que os professores além da "carga pesada" que já carregam nas costas, com todo o descaso e desconsideração com que são tratados, ainda terão também que levar pancadas, serem esbofeteados e ameaçados de morte quando estão em pleno exercício de suas funções e nada ser feito por eles? Onde estão "os direitos humanos" dos professores? A quem recorrer numa hora destas? Até quando nós professores teremos que permanecer "reféns" da brutalidade e da violência destes jovens alienados e rebeldes sem que os poderes públicos tomem alguma decisão que coíba tais práticas? São perguntas como estas que muitos devem está se fazendo e certamente não encontrarão respostas.

Tenho pena dos estudantes que estão nas faculdades se preparando para se tornarem os professores em um futuro próximo, pois, do jeito que "a coisa" anda, não é difícil imaginar o nível de violência nas escolas daqui pra frente. Hoje mais do que nunca, para ser professor não é preciso apenas vocação. É preciso sim, muita coragem e muita "necessidade". Em nenhum cargo o profissional é tão desvalorizado como o professor. É verdade que alguns profissionais também chegam a ser destratados quando se encontram no exercício de suas funções, mas é impressionante como atualmente os abusos contra esta classe já tão sofrida e maltratada está se tornando recorrente.

O momento em que o professor chega a ser espancado pelo seu aluno em plena sala de aula mostra que ele chegou ao grau máximo de sua desvalorização como pessoa e como profissional tornando-se como já disse no início deste texto verdadeiros farrapos humanos. Logo, é chegada a hora de todos os profissionais de educação se unirem e procurarem juntos um meio de conseguir o resgate da sua dignidade.