Tema 179 - QUATRO ESTAÇÕES
BIOGRAFIA
AMOR EM QUATRO ESTAÇÕES
Regina Borges

Primavera

Gorjeiam os pássaros, a natureza jubilosa festeja a primavera.
Os jovens apaixonados correm pelo campo em buliçosa alegria.
A natureza palpita, comemorando a adolescente fantasia.
Risos, beijos furtivos, rostos afogueados, tempo de quimeras.

A terra se entrega ao embalo poético do ambiente em festa radiosa
As flores se abrem sensuais e perfumadas, aos beija-flores curiosos.
A mata orvalhada desperta em sinfônica melodia romântica, jubilosa
Os jovens amantes se descobrem no cenário, encantados, audaciosos

Poema de tímida entrega, o amor primaveral sem dor, virgem de desenganos...
Borboletas azuis, retalhinhos do céu, testemunham o doce afago.
A aragem fresca da manhã passeia nos corpos nus plenos de encantos.
Os jovens se entregam ao burburinho do amor, sem malícia, senenfado.

Verão

O sol escaldante explode em convulsiva sensualidade.
A terra oferece-se num poema de entrega, extenuada
Os jovens amantes enternecem-se na volúpia da sexualidade.
É uma hora mágica...Os corpos se adoçam na tarde suada.

O amor amadurecido explode em sensações libidinosas...
Corpos se misturam em cadência ritmada, em orgasmos múltiplos.
A entrega dos amantes é doce orgia, vertendo pelos poros voluptuosa.
É o amor do estio, pleno, pronto para a procriação, no momento túrgido.

As aves sedentas se avizinham do lago em estreita intimidade.
O fruto da fadiga prazeirosa se esparrama pelos corpos cansados
O mormaço veranoso passeia animando o casal apaixonado.
Verão dadivoso, cúmplice ardente da sedutora felicidade.

Outono

As folhas suicidas esparraman-se no chão na sua coloração dourada
É outono, estação do frutificar. A natureza desabrocha o sabor do amor...
Sentimento enraizado, que brota nos seus vários sabores de fruta adocidada...
Os amantes se buscam com o controle de quem provou o amargo gosto da dor...

A Paixão outonal é torrencial, chuva de bençãos, derramadas pelo Criador...
Casais passeiam de mãos dadas, pisando nas folhas que o vento esparramou...
Não há sofreguidão pela posse, nem a timidez de quem nunca amou.
Há sim,o respeito do saber esperar que solidamente frutificou...

Estação de frutos podres e saborosos que colhemos com prazer,
que saboreamos lentamente, com a sabedoria de quem aprendeu a viver...
O vento brinca,fazendo cócegas nos corpos maduros que se misturam
Tempo de mistério, somos essências verbalizadas que se conjugam.

Inverno

Pela vidraça, pode-se ver a neve, caindo em sua brancura...
Tempo de aconchego.A natureza parece querer se esconder...
Lá fora, o frio como que deseja fustigar as lembranças em sua doce tortura.
Os amantes se recostam abraçados diante da lareira para do frio se proteger...

Momento de nostalgia.A natureza acalma-se da sua impetuosidade.
Embevecidos, os amantes, cabeças nevadas, pintadas pelo tempo.
sorriem na sua quieta paz de amor que sobreviveu à fatalidade...
A união em busca dos momentos vividos é doce sustento.

As mãos rugosas se entrelaçam numa cumplicidade envelhecida...
No balanço das horas, o amor cristalizou-se na poesia sucessória dos anos...
Os amantes, em calma sabedoria, guardam em parceria os desenganos
No invernal das emoções, os amantes se comprazem da missão cumprida...

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