IMPREVISTOS | ||
William
H. Stutz | ||
Olhar repentino a mudar rumos e caminhos, um não esperar do dia e tudo à noite acontecer. Um muito querer e nada, apenas o repetir diário de rotina sem graça. Eis o mistério. Acordar em solidão plena, doente e desalentada. E em um simples sair à rua, de súbito como aquarela em cores fortes, a vida retoma/transforma. Cada passo à frente leva a porta nova: Alice. O não saber, tempero de saboroso existir, viver sem sustos ou percalços se transforma em tédio sem fim. Aborrecida passagem. Privilégio ou maldição? A cada novo amanhecer de sol ou chuvoso algo lá fora ou cá dentro espera com força mutante incontrolável, cega, intransferível sina. Vida-palco de gigante teatro onde não-atores se escondem acovardados em coxias cinzentas, empoeiradas, de desgastado e velho veludo triste. A plena existência a um passo da prancha estreita também coxia. Equilibrar, transpor é preciso. O soslaio ver, impede o pleno. A escolha é de cada, faça ou abdique, eterno livre arbítrio. O assobiado de Rick por anjo Beto tão bem descrito, Times goes By? Só resta e, todos em sussurro de esperança deveriam repicar o que nunca foi dito: Play it again Sam. Sempre haverá Isla a esperar. Aquele em VIDA MERECE. | ||