Eu sonho em ter um passaporte permanente que me dê livre trânsito ao meu eu interior, livre de toda a sujeira sentimental.

Meu sonho permanente é um estado de vigília totalitário que me dê asas ao sonho idílico de um dia lúcido como este claro enigma de hoje.

Sonho em consumir teu creme de chantilly que você faz batendo em cima da mesa de nossa sala, cantando uma música que ademais é de Elis, uma franquia aberta ao povo.

Sonho te consumir inteiramente calada, só com olhos para mim, num sorriso que é meio abismal, mas também é atônito: Tristonho.

Eu quero num computador quântico ter todos os cálculos à minha espera antes de qualquer pensamento que se expanda em minha trôpega mente.

Sonho com tua alucinada espera em torno de nós, num licor aparentemente ausente, transparente feito tua saia, sua desajustada demente!