COMO
DIRIAM MEUS PAIS... | ||
Vitor
Furioso | ||
"Experiência
não é o que acontece com um homem; é o que um homem faz com
o que lhe acontece".
Conheci Joana em um barzinho no centro da cidade, em uma noite de sábado muito agradável. Eu já havia falado com ela anteriormente, apenas pela internet, mas já havia gostado de seu papo. Mulher inteligente, simpática e com bastante conteúdo. Essas qualidades somadas à sua beleza, a torna uma mulher extremamente mais atraente do que muitas embalagens vazias que já encontrei por aí. Naquele sábado nos beijamos loucamente, e após praticamente um mês sem nos encontrarmos, as coisas voltaram a acontecer. E eu, que nunca fiz questão de me envolver nem com meus próprios familiares, me vi sentado à uma mesa de jantar, ao lado de seus pais e irmãos, recebendo um verdadeiro bombardeio de perguntas sobre minha vida pessoal e profissional: Onde trabalha? Você é roqueiro? Acredita em Deus? O que significa sua tatuagem? Qual o nome de seus pais? Qual seu ator favorito? Faz faculdade? Para que time você torce? Gosta de literatura? Me ensina a tocar bateria? Quando saí de lá, tive a impressão de que consegui agradar àquelas pessoas, exatamente porque eu fui sincero ao responder todo este questionário sobre minha vida. Gostei bastante deste encontro, e também de seus familiares, parece que aquilo tudo fez com que eu me aproximasse ainda mais de Joana. Como diria meu pai: Essa é pra casar! Em conversas descontraídas em mesas de bares, meus amigos questionaram sobre aquela tal garota, cinco anos mais jovem do que eu, e que estava fazendo a minha cabeça, então o mais amargurado deles me deu um conselho: Tome cuidado! Por que tomar tanto cuidado? Vamos viver intensamente, não podemos pecar por excesso de zelo, arrependimentos fazem parte da vida, e é melhor se arriscar a viver uma paixão alucinante, do que ter medo de mais uma cicatriz no seu peito. Acredito que tenho levado minha vida da forma mais simples e correta possível, não esperando por nada, mas me preparando para tudo o que possa vir a acontecer. No lindo rosto de Joana, o que mais me chamou a atenção foram seus olhos, me apaixonei por eles, castanhos claros, brilhantes, cheios de vida, de alegria. Seus olhos diziam muito sobre o que estava sentindo, era uma pessoa sincera e transparente, e sua alegria de viver era cativante e me motivava. Os meses foram passando, meu sentimento foi crescendo, ao passo que não saberia dizer se o mesmo acontecia com ela. Poderia ser apenas impressão minha, pois a desejava cada vez mais, queria corrigir os erros que havia cometido em meu relacionamento anterior, queria mostrar a mim mesmo que poderia ser um homem muito melhor, mais atencioso, fiel e digno. E tudo o que eu quis me provar foi provado, eu me sentia feliz como nunca, larguei velhos hábitos e vícios, voltei a estudar, consegui um emprego melhor, cuidei mais de minha saúde, estava de bem com a vida. Como diria minha mãe: Essa é pra casar! Se vou realmente casar, não sei... mas o que quero agora é continuar vivendo estes momentos que estão fazendo tanta diferença na minha vida, e o amanhã a Deus pertence. | ||