Mesa
de bar, Boteco cheio... Um trago daquela cachaça, Um comentário
maledicente sobre A bunda da menina que do outro lado Da rua passa. Mais
cigarro aceso, Mais uma ficha de bilhar, Mais uma cerveja aberta. Um
comentário sobre aquele time Que sempre perde. São Jorge guerreiro
que me defenda, Murmura alguém. Crianças
que pedem doces, manhãs Calmas, tardes lânguidas, noite mansa Que
se aproxima trazendo chuva fina. Horas
costuradas como retalhos fossem de Uma colcha qualquer. Que cobre e esquenta,
mesmo sendo Conhecida de sempre a saudade do sonho Segue a esperança
sem pressa. Dia
á dia, noite após noite, solidão após solidão... Mais
um trago de cachaça, mais um cigarro aceso, Outra solidão, mais
uma cerveja aberta. Tudo somado, divido, multiplicado e fracionado Pelo
tempo que também passa. Outra
ficha de sinuca sobre a mesa velha, mão de cartas Marcadas cortadas
pela sorte que me foi tantas vezes Mui ingrata. Cotidianos,
vidas, sem fim, tormentos, sorrisos, piadas... ...apenas pretexto para mais
uma conversa fiada. |