do
outro lado deste mundo modernamente linda uma mulher irmã também
uma paquistã está morta e nada posso fazer do mesmo lado
deste mundo modernamente linda uma mulher sem tiros bomba uma palavra
matando-me nada posso fazer ó minha linda e morta paquistã
será que erramos tanto em nossos sonhos miramos ambos tão
precioso tempo com imerecedora gente? Adeus, irmã... perdoa-me
por no mesmo dia fazer coisa única meu teu martírio porém
estavam já errados aqueles nossos belos dia-a-dias devia ter sido
nosso o tempo não dessa gente que nos deu em troca paixão
em forma duma bomba fazendo-nos em ínfimos pedaços ó
minha linda e morta paquistã será que em nossos tempos só
miramos e erramos ambos tão preciosos sonhos com imerecedora gente?
Adeus, irmã... Futuro
bela paquistã mais que seiscentos virgens belos milhões
de homens verdadeiros sem ranços beiços barbas bigodes mostrando-te
o muito bom tempo sem atrasos sem pêlos bom companheiro sem panças
a mirra sem rancores em paz incenso (espero que gostes) ó minha
linda e morta paquistã nestes banais contrapontos mundiais gastamos
cotidiano demos sonho prá imerecedora gente? Adeus, irmã...
viveste
os piores do homem tolo mundo todo tolo a girar as ingratas me conheceram
todo tempo infinito a passar ofertamos o melhor de nós tantas
histórias tristes prá contar só dois grandes tolos dirão
com muita razão que fiquem a ladrar ó minha linda e morta
paquistã no inferno do cotidiano mundial por que pequenos atos
tão grandes gestos com imerecedora gente? Adeus, irmã...
nas
ruas no calor do verão você no seu belo jeito eu do meu nuvens
borbulham fermentam elevam estes constantes dissabores daquelas coisas
que se sente intolerados este mundo gira nos gira para longe longe bem
insentido bem indiferente ó minha linda e morta paquistã dia
quente más notícias puxa o véu fecha o ciclo mostra os
olhos descansa em merecedora gente Adeus, irmã... talvez
no futuro os sagazes saibam muito mais coisas que nós será
que também notarão o quanto o horizonte treme ao calor imperfeitos
matemos todos então primeiro eu sempre eu primeiro matemos matar
é melhor que nos entender e deixar de matar ó minha linda
e morta paquistã perfeita não foi vão falar de ti contínua
infortuna e sem pudor a imerecedora gente Adeus, irmã, Sim,
o horizonte treme ao calor... (como foi quente este dia...) desconfio que
amanhã será pior... em luto pelo bruto fruto do homem... adeus. (è
possível que, no futuro, descubram que você era muito mais venal,
corrupta e safada do que jamais poderíamos imaginar, mas, então,
já estará muito morta - mortinha da silva, aliás; mas eu,
se ainda estiver vivo, serei alvo das mais candentes críticas, pois - além
deste possível erro de avaliação de caráter - andei
cometendo outros pecadilhos éticos e econômico-financeiros aqui e
acolá; mas, talvez eu tenha sorte e esteja bem morto antes que isso aconteça;
de qualquer forma, espero que o final seja rápido, pois, afinal de contas,
isto é só um poema; que tanto mal - ou bem - isto poderia causar
para que eu seja alvo das mais irascíveis e vigorosas críticas dos
mais jovens, destemidos - e profundos conhecedores do humano - novos senhores
da verdade do mundo?) (27.12.07) |