QUANDO
CAI DA ESCADA BATI A CABEÇA!
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Zeca
São Bernardo
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Ora, as coisas são assim mesmo...creio eu! Num momento você tem certeza absoluta de algo. Já em outro ficam ou cabem só as dúvidas. E, ter duvidas é bom. Sinal claro de que se está prestando atenção no que acontece- se passa- e, logo aprendendo com tudo. Ou quase, aprender exige o que? Vontade? Sim, claro, claro. Condições? Um tanto quanto óbvio, não? Talvez, faltem termos pedagógicos nessas linhas. Mas e daí? Não sou professor de nada nem de ninguém. Nunca tive esta pretensão. Se tive outras? Tantas quantas minhas dúvidas que são em números surpreendente maiores que minhas poucas certezas. Voltemos ao que importa-será?- aprender exige o que? Ouvidos bem atentos? Contudo pergunto-me, sempre, sobre aqueles que ouvem o dito som do silêncio. Olfato apurado? Fragrâncias e odores podem ser sinônimos de tantas outras coisas... Ah, paladar!Este sim um sentido de cunho duvidoso. Amargo para uns, saboroso para outros!Quem sabe, quem sabe. Visão!Sim, a visão, o sentido de ver e a diferença que repousa no enxergar. Deixemos a visão de lado, entre miragens, visões e cegueiras não encontro-me em condição de acrescentar ou retirar sequer ponto quem dirá virgula do que Saramago já disse, já escreveu sobre a cegueira que realmente importa. Ou teria sido sobre a verdadeira visão que importa e eu não entendi? Sobrou-me, então, o tato. E o toque diz tudo! Vamos com calma, ocorreu-me que dizer remete a falar, falar lembra boca que é por onde a voz passa e, assim, estou intrigado com o papel da língua no sentido do tato! Afinal, toca-se com a língua o doce e seu sabor não deixa de ser doce. Embora haja a sensação de áspero, crocante e outras. Talvez o segredo esteja no som, logo a audição interfira - de alguma forma- no paladar. Afinal, com os olhos também se come. Analisemos a coisa toda por outra perspectiva- e olha ai a visão dando palpite- a de que o povo tem sempre razão e dentro desse absolutismo da cultura popular apoiemos-nos em suas máximas expressas no adágio: o pior cego é aquele quem não quer ver! Fez-se a luz!Quem a viu? Aquela primeira luz, isso mesmo, a celebre luz do começo do mundo. Que não me sai da cabeça como sendo a luz do fim do túnel, muito embora tenham procurado-a em todos os cantos do mundo obviamente ela está no lugar de onde nunca saiu: no começo e não no fim. E quem tocou o lago sobre o qual pairava o Espírito? Tais trevas eram que não penetrariam em olhos cegos e quando a luz se fez ou foi feita- como queiram- testemunharam, apenas, sua presença os ouvidos mortos- surdos- de seres perfeitos sem tato, sem sentidos. O pior cego é aquele que não quer ver. Contudo o pior surdo talvez seja aquele que não consegue enxergar e sem apetite está o sujeito cansado de escrever com as mãos doendo de uma artrite precoce e desaforada e que teima em procurar um sentido em tudo! Absurdo isto! Um real absurdo e como de nada serve a lógica- que nos digam os filósofos- resolvamos a constrangedora situação declarando que faltam ao homem sentidos para amar. Que quando ama perde o pouco senso prático das coisas e não discerne mais realidade de invenção de sua mente. Faltam-nos sentidos... |
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