SEM
SENTIDO
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Alexandre
Ferreira
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Um,
dois, três, quatro, cinco. Contei
nos dedos dos pés sem saber para que serviam tantos se não
sentiam. Batia
a alma de músculo avermelhado, não tão bem desenhado
quanto no cartão de feliz aniversário, mas batia mais,
batia por dentro, ferro puro, gosto e cheiro. Menos dois. Conta
de pé é louca. Ver-te
mar, ver-te Tempestade, sudoeste sempre quer dizer a mesma coisa e ao
sentar na areia olho novamente meus pés sujos de areia branca.
Olhar
vidrado pra vê-la quebrar, curvatura mareada, onda negra, teus
cabelos, quero ver, vou tocar, tatear, lisos fios, corpo bom, rosa chá,
vou tentar ouvir seus gemidos na escuridão desse mar de sentidos
sem sentir. Já contei. Um, dois, três. Agora sim, vou parar pra tentar, não pirar, enlouquecer. |
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