ELE
NÃO VIU
|
||
Osvaldo
Luiz Pastorelli
|
||
Ao dar a ordem: - Pelotão! Vamos começar de novo. Virar a direita! Volver! É que viu o Comandante na janela do Corpo da Guarda. Não podia voltar atrás, nem mandar o pelotão dar meia volta, pois o Comandante perceberia que estava fugindo. Que droga! O Tenente tem sempre que mandar eu levar o pelotão? Porque não manda o Sargento que é mais experiente, tem sempre que ser eu - pensava o Cabo, agora o que fazer? Não pensou duas vezes, o pelotão estava a pequena distância para passar por baixo da janela, o Cabo deu a ordem: - Pelotão! Olhar para cima. E assim, como ele também, olhamos para cima e continuamos marchando. Por infelicidade o Cabo não viu a pedra que enfeitava o jardim tropeçando nela. O terreno sendo um pouco inclinado, o Cabo rolou para dentro do Corpo da Guarda. Desajeitado ao se levantar deu uma trombada no Tenente. - Desculpe, Tenente. - Rápido Cabo, olha o pelotão. O Cabo saiu correndo para alcançar o pelotão que marchando e olhando para cima, atravessara o Corpo da Guarda e entrava no campo de Pólo. Todo atrapalhado não sabia o que fazer. Por fim, gritou: - Pelotão! Alto! Pelotão! Olhar para frente. Todos os que estavam no Corpo da Guarda, mais o Comandante observavam a atrapalhada do pobre Cabo. O pelotão inteiro estava quase gargalhando, mas esforçávamos para não ridicularizar mais inda o Cabo. Este, mais rápido possível queria sair do foco de atenção, principalmente do olhar do Comandante. Assim quando já estávamos a uma distancia razoável, ordenou: - Pelotão! Acelerado! Num passo quase correndo, atravessamos a cerca e entramos no pasto, e, sem esperar a ordem do Cabo, nos dispersamos e caímos na gargalhada escondido pelas árvores. O Cabo branco tremia, ficamos um bom tempo ali até que ele se acalmasse. Depois soubermos que o Cabo levará uma tremenda reprimenda, mas como era sua primeira falha, o Capitão não lhe deu um castigo maior, isso a pedido do Comandante. Verdadeiro ou não nunca soubemos. |
||