AOS QUARENTA
Silvia Pires
 
 

Hoje acordei me sentindo realmente uma quarentona. É, não tem jeito não, o tempo passa e a idade chega.

O pior é que não me sinto com essa idade, na verdade me sinto como uma garotona de uns 25 anos, bem disposta, ativa, bonita e em busca de um novo amor. O único problema, quer dizer, não é bem um problema, mas sim um fato que me traz de volta aos quarenta. Tenho uma filha "aborrecente", e pode acreditar, isso é algo que nos faz pensar.

Primeiro - Ela tem a mesma altura que eu...
Segundo - Ela calça o mesmo número de sapatos que eu...
(Até aí tudo bem...o pior é a seguinte)
Terceiro - Ela vive me dizendo que os meus cantores (as) favoritos (as), já morreram .... (e ela tem razão)
Quarto - Vivo ouvindo a frase : Mãe... não me faz pagar esse mico!!! Ou então: Aí, foi mal...
Quinto - (Tecnologicamente falando) Ela domina todos os eletrônicos de casa, desde o DVD Player ao MP3, incluindo meu próprio aparelho celular, o qual eu mesma não tenho idéia do que faz, além de fazer e receber ligações...

Bem, eu poderia enumerar diversas coisas que ela me fala e que me faz cair na real (aliás, termo que ela acha ultrapassado), mas o que posso dizer afinal????

O que realmente importa é que isto tudo não me perturba, mesmo porque, posso me considerar realizada, feliz e jovem, apesar da ação do tempo e da lei da gravidade. A maturidade nos traz diversos benefícios, como a certeza do que queremos e não queremos, de podermos fazer o que queremos, dizermos o que pensamos e o que deve ser dito sem nos preocuparmos com opiniões alheias e somos mais verdadeiros e seguros.

Isso é possível aos 25 anos?
Não......
Então.....
Bem vinda à turma dos quarenta!