CRÔNICA
POÉTICA
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Osvaldo Pastorelli
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uma vida é complexidade enraizada no lume da lamparina a indicar o caminho sem destino é raio que de ponta a ponta corta o céu provocando o destino da chuva resfriando os pés peregrinos é vento sinuoso dobrando o capim extenso a beira da estrada infinita é cadencia de vindas sem idas brilhando nos olhos banhados pela água cristalina é lava de vulcão sedimentando vidas na barriga da terra que usufrui do magma da criação divina é ferida provocada por amigos, amantes, parentes e amores perdidos não esquecidos é vaidade serena acumulada no terroso barro da neurótica agitada vida é fio cortante manipulado por asquerosa mão invisível a conduzir nossas vidas é água que o feno espalha tecendo os fios dos eventos históricos ridículos e fatais é o fim sem meio na medida do provável onde cada vida vive sem receio da própria vida é alegria estampada na sorte bem vinda de se ouvir a guitarra cristalina sorvendo um blues na vida sem ritmo é retraído engano do pé ao tocar a calçada umedecida pelo pisar envelhecido das tradições é passo desviado da bala perdida no cotidiano dos débitos em ganho e perda é erro mais que acerto no aprendizado colhendo frutos secos perdendo-se no labirinto do contexto diário é dor doida na contabilidade do débito e crédito lançando o saldo negativo em perdas e ganhos é vento solto na crina do cavalo fogoso a galopar na planície suicida da vida mal vivida tudo mais é comum para os sentires pequenos no forjar da ferradura ao pisar o chão arenoso de areia movediça uma vida é para ser vivida na paixão intensa de sentir a mão querida acariciando a pele ressequida dentro da noite imensa (crônica inspirada no poema "Balada como/vida", do poeta Anibal Beça, enviado para a lista no domingo, 17 de dezembro de 2000, às 08:38) |