NUVEM
Francine Ramos
 
 

Parecem nuvens ao chão. Deve ser isso mesmo. Nuvens que caíram do céu e esparramaram sobre alguma coisa que ainda está ali embaixo. Pode ser mais nuvens. Não creio.

Acredito ser uma terra escura de chuvas passadas que rezou pelas nuvens, e elas vieram! E pousaram suavemente no campo marrom.

Formou-se uma névoa ao lado esquerdo, mais a frente um crepúsculo sombrio e mágico. Do outro lado ladeiras escorregadias da onde posso ver pássaros cantantes.

Vejo mãos, tentando espiar ao norte, onde as nuvens não alcançaram. Está difícil. Vejo linhas no horizonte claras. São luzes cobertas pela névoa.

Não voa nuvem, não. Encosta aqui em meu peito e me cobre desse mundo!