Quase onze e trinta da manhã, estou indo para tomar um pouco de sol e me deparo com três borboletas brincando. Fiquei olhando e fui chegando mais perto. Mais uma se aproximou para participar da festa. eram todas brancas, delicadas. Pensei que iriam fugir com a minha presença. Não foram. Coloquei minhas mãos perto delas e uma ficou tocando meus dedos. Mas não teve coragem de pousar neles. Foi um momento mágico aquele instante. Tudo que eu precisava naquele momento. Um silêncio, o movimento daquelas pequeninas criaturas bailando ao vento, o branco das asas dando sinal de glória e paz.

Meu desejo é de que todas as pessoas pudessem parar, prestar mais atenção nas crianças que correm dentro delas. Crianças que querem dar as mãos umas às outras. Que brigam mas esquecem no dia seguinte, sem questionar, sem ficarem com mágoas.
Se prestássemos atenção a elas todos os dias, nossas vidas seriam verdadeiras e puras mensagens de amor.
Quando tocamos essa pequena graça, uma luz se acende. Ela é linda, imensa. Uma luz, capaz de reacender todos os sonhos que deixamos para trás e dirigí-los para o momento presente.
Não nos culpamos por algo que fizemos ou deixamos de fazer, simplemente porque há um sol brilhando lá na frente.
Eu me recordo de quando tinha lá os meus oito anos, não via a hora do dia seguinte chegar, na certeza de que ele seria muito melhor do que o anterior.

A minha criança está aqui. Eu vou dormir hoje, sonhar com ela e tenho certeza de que ela vai acordar comigo amanhã, e novamente verei a luz, as borboletas, sentirei o presente do dia, a bola correndo, o entardecer. Um mirante, eterno renascer...

Toda a Luz Celestial para ti, Querido Amigo...*