PRIMEIRA
VEZ (RE-SIGNIFICANDO TERESINHA)
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Maria
Claudia Mesquita
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Tinha
um gosto de manhã, de recomeço, de domingo, de sinos da
missa. Tinha um gosto de sim, de sina. Tinha um gosto. Ela. Era assim.
O novo tempo queria marcá-la. Ela não mais o temia. Tinha
um ele, uns olhos que a seguiam. Ela sorria. Seus pensamentos
a tocavam na praia, caricias de um amor querendo nascer. Ela sorria.
Pensava ela, "tão bonito, tão bonito", e quanto
mais assistia aquele movimento de coragem, o dele, ela sorria. Era assim,
a primeira vez que acontecia. Amara, inúmeras vezes. Pela primeira
vez pode ver quantas vezes amou. Não lembrava, não sabia.
Viu que não doía mais, não importavam aquelas dores.
Olhava o espelho e gostava do resultado escrito naquelas marcas. Sorria.
Ele via, olhos cheios de brilho. Dele. E música. Dela. De tanto
amor que já existia. Ela já era feliz, por isso sorria.
Sorria do amor que sorria, de tanta marca de tempo que brindava o momento
de que amar era ainda mais simples. Sorria. No coração
o amor sorria. Ela sorria.
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