PRIMEIRA
VEZ
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Daniela
Fernanda
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Na
primeira vez ela sentiu medo. Também sentiu náuseas,
frio na barriga, as mãos esfriaram, com sudorese e elas ainda
tremeram. Sentiu os joelhos balançarem, a voz falhou, o rosto
ficou avermelhado, os pés se colaram ao chão, mas nem
assim ela desistiu... Embora
sentisse tudo isso, ela foi. Reuniu toda a sua coragem, a vontade,
o desejo; somou o sonho, ao momento propício e ao convite,
e foi. Simplesmente resolveu ir, e mais do que isso, ela se permitiu
ser levada pelo ar... pelo vento...pelo mistério, pela conquista,
pela liberdade. Viu
um mundo imenso aos seus pés, mundo que se tornou pequeno pela
distância, porém rico em sabedoria e respostas a toda
a sorte de incertezas e contradições. Viu
que realmente o mundo é azul, nem tanto pela longitude, mas
pelo potencial de benevolência com que trata o ser que o habita,
e principalmente com a bondade de Deus nos tempos de tristezas, incertezas,
perjúrios e até mesmo na falta da própria fé. Aquele
dia especial nascera de uma forma mágica, no entanto nada era
intenso no decorrer daquele dia, exceto a vontade de vivê-lo.
O sol estava praticamente lânguido, o vento soprava devagar,
o frio era quase fraco, o tempo caminhava lentamente e não
deixava saudades por onde passava. E foi exatamente esse, o dia que
ela escolheu para realizar o desejo não sublimado daquele passeio.
Ela acordou cedinho, vestiu-se com esmero, e de forma extremamente
adequada ao evento. Aguardou
o telefonema de confirmação com uma certa ansiedade.
Assim que se confirmou a aventura, ela partiu sem olhar para trás,
sem ao menos saber se voltaria, mas com a certeza de que estava fazendo
a coisa certa. Ou seja, fazia agora aquilo que seu espírito
aventureiro lhe suplicara durante anos...se permitiu a total liberdade
física, mas ia além, muito além do que sonhara
para o seu desprendimento espiritual. Com
toda a certeza depois de vivenciar aquela experiência, para
ela surreal, tudo passou a ser visto por um novo prisma na sua vida.
E o que vale mesmo nessa história, é ter visto o mundo
como ele é, ter a chance de analisá-lo de um pouco mais
de longe e principalmente, ter se permitido a algumas horas no mundo
dos destemidos aventureiros alados. |