CAMINHANDO
E DIVAGANDO
|
Yoshie
Furukawa
|
Ontem ao regressar à uma nova viagem de um livro pelo qual me interessei, comecei a divagar sobre a vida. Tudo o que sinto, já senti, meu atual estado de espírito e meu cotidiano. Ganhei o legado generoso de meu marido que viu em meus olhos o brilho de curiosidade ao ler um encarte contendo um trecho com um capítulo deste, e assim me entreguei por um tempo na viagem. Ainda estou lendo. Mas ontem, antes de me deitar falei sem pensar para J. : Você sabia que fazemos parte de uma minoria? Quer dizer, pense nas estatísticas... Quantas pessoas no mundo são alfabetizadas, quantas chegam ao grau superior ou médio e por fim, quantas se interessam e procuram ler ou dar prosseguimento à busca do conhecimento? Se calcularmos, estaremos numa minoria, um número ínfimo para a humanidade. E estamos aqui, então não é à toa, não? Deve haver um motivo para tudo isso... Continuo divagando, mas já achei várias respostas. A principal é a razão pela qual comecei minha trilha de Amor. Minha busca em poder ajudar de alguma forma sendo mensageira aqui ou acolá com meus artigos. Se partirmos desse ponto sem desvirtuar o processo, ou se o mundo passasse a lutar mais por isso, pensei no tanto de coisas que mudariam. Quanta paz e apertos de mãos, abraços, suspiros infundados, sorrisos, gargalhadas... Sim, sou uma sonhadora, mas com fundamentos reais e abstratos e sem preço. Pense nas histórias verídicas com finais felizes. Nos relatos de superação física e espiritual de pessoas que de um dia para o outro tiveram suas vidas viradas de cabeça para baixo e ainda batalham e dão lições de esperança. Pense no quanto a medicina , a ciência, já caminhou. Quantas vidas foram poupadas devido à tantas pesquisas e descobertas. Tenho tido mais tempo para refletir desde a partida de minha mãe. Outro motivo pelo qual passei a divagar mais ainda. Mas estou feliz com a vida apesar desse caos que a mídia nos aponta o tempo todo. Sou mãe de duas crianças lindas, tenho um marido que amo, alguém que me escuta, que dialoga comigo, me ajuda a pensar e ficou ao meu lado num dos momentos mais difíceis. Tive pais com personalidades marcantes, que me deixaram o exemplo forte da palavra lutar. Meu pai carrega essa palavra sempre em seu coração desde que perdeu sua mãe aos onze anos em três de agosto de 1945. Enfim, com tudo que aqui falei, gostaria de deixar minha mensagem amiga, pois minha inquietação me trouxe aqui novamente para correr essas letras tão importantes para mim. Mas antes não poderia deixar de dizer que se você também escreve ou conta causos, pense muito bem na responsabilidade do seu papel como ser humano. Porque a partir desse ponto você estará fazendo parte de uma narrativa do atual momento e particularidade da história, isso tudo sem você querer. Uns se sobressaem e chegam um dia no futuro como um autor ilustre devido ao que escreveu. Outros ficam quase desconhecidos, desapercebidos, mas isso não quer dizer que foram inferiores aos outros. Apenas foram diferentes. Somos
iguais aos olhos de um Todo Divino. |