A
Voz
(A Mente)
ELE:
Antes de mais nada, você sabe que eu te adoro, né?
(O amor, se existiu, meu bem, mixou).
ELA: ...
(Féladaputz, agora vem aquela triste história "conheci
alguém...")
ELE: Então... isso daqui... nós... não está
indo muito bem, né?
(Tô cheio desta modorra)
ELA: Não... tá esquisito mesmo.
(Tô cheia desta mixaria)
ELE: Então... e é justamente porque eu te adoro e não
quero fazer nada que te magoe que eu acho que devíamos dar um
tempo
(Preciso ficar livre para poder continuar catando a outra sem peso na
consciência)
ELA: Tá. Tá bom. Se você quer, a gente dá
um tempo então.
(Que viadinho, como se eu não soubesse que tá pegando
outra e quer ficar sem dor na consciência).
ELE: Assim a gente pode repensar várias coisas...
(Nossa... eu não esperava que fosse tão simples. O quê
eu falo agora...?).
ELA: É... tá bom. Eu não tenho o que pensar a respeito,
mas se você precisa, vá pensar.
(Pensar é uma porra! Vá pensar você se não
percebeu que eu desencantei por culpa sua. Precisa pensar mais o quê???)
[...]
Um
abraço amigável
Um beijo meia-boca de despedida
Um lanche entre amigos
A
comida não desce
ELA:
snif... snif... snif...
(Mas que grandessíssimo féladaputz... por que não
lhe enfiei um soco no queixo...? Um tapa na fuça...? Um chute
no saco...? As unhas nas vistas...?)
ELE: Ei... que é isso, mas por que você tá chorando
agora?
(Ah não... tava indo tudo tão bem... agora ela resolve
dar show??)
ELA: Nada, nada... não é nada, vou ficar bem... acho que
agora a ficha tá caindo.
(Eu JAMAIS vou te perdoar pelo papel de bom moço que tá
fazendo, seu paspalho, minando minhas possibilidades de reação!!!)
ELE: Ah não... tudo que eu jamais podia ter feito era magoar
você... não agüento te ver chorar...
(Haja saco... não dá pra gente voltar à frieza
de antes, não?? Assim eu vou lembrar desta choradeira à
noite e vou brochar!)
ELA: Não esquenta a cabeça não... vai passar
(Já que eu não lhe dei o que você tá merecendo,
ao menos enfie estas suas lágrimas de crocodilo aí no
meio do rabo!)