ENTRE
COBRAS E LAGARTOS, CROCODILOS E JACARÉS...
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Adriana
Vieira Bastos
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Mariza tentava mudar o rumo de sua história... Desorientada, tentava entender que distração de sua parte havia permitido ter sucumbido àquele indigesto redemoinho mental. Sentia-se presa fácil, à deriva, no meio de um rio repleto de répteis famintos, à espreita de um pequeno vacilo seu. O sol, em toda a sua plenitude, parecia disposto a torrar-lhe os pensamentos, as atitudes, os anseios e qualquer possibilidade de uma saída estratégica em busca de terra firme. Inconformada, sentia que a vida parecia estar brincando com ela de um joguinho perigoso de cabra-cega, no qual ninguém encontrava ninguém, nada dava certo e o alardeado futuro melhor, cada vez mais, parecia estar a milhares de anos luz... Como uma expectadora de um filme francês, sem entender o porquê daquele enredo surrealista, assistia escapar-lhe os pontos, as vírgulas e os pontos e vírgulas. O pior de tudo é que sofria por um filme que não era seu... Por um drama que não era seu, mas que tinha o poder de lhe despertar sentimentos que eram seus... Pelo visto, teria que se contentar com as interrogações e reticências. Ainda bem que lhe sobravam as reticências... Reticências que lhe permitiam guardar, somente para si, emoções impublicáveis. |