O
copo pede outra dose de cachaça!
Pôr mim não, já teria parado de beber
Há muito, muito tempo.
Mas
o copo sempre insiste...
Acho que um tanto é saudade!
Do feijão preto, da rapadura, do sorriso
De alguma mulata.
Da roda de amigos no botequim discutindo política e
Terminando a cerveja com o eterno comentário sobre futebol.
Nunca
prestei atenção no céu e dei o nome
De azul á um gato que encontrei na rua e levei
Para casa, quando era ainda um menino.
Mas aqui o cinza das nuvens não convence ninguém...
É
tão difícil lembrar de gritar Goal quando o Brasil faz
Gol.
São coisas de brasileiro radicado na Europa.
À procura do pão de cada dia, só não pensei
que
Teria um sabor assim tão amargo.
Aqui
é tão difícil encontrar uma boa dose de cachaça
e todo
Mundo te olha de soslaio quando você trás de casa a goiabada.
Pede um pedaço de queijo e come junto.
Bárbaros!-
murmuram, subdesenvolvidos, completam.
Sonho?
Maior que o de Romeu, que de vez encontra Julieta no meu prato.
Pois tudo depende da alfândega inglesa liberar ou não o
doce tão exótico.
É ver de novo minha terra... beijar a bandeira nacional.
Beijar a flâmula do meu time, beijar o pavilhão de minha
escola.
Dá-lhe Timão! Dá-lhe Saracura neste carnaval!
Beijar o rosto de minha mãe que acho que nem lembra mais do meu...
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