CORRUPTO NÃO É USUÁRIO. NÃO É CRIMINOSO
Dionisio Teles
 
 

Um dos maiores flagelos sociais dos nosso tempos é, sem dúvida, o vício das drogas. Seja qual for a espécie, a droga é uma devoradora de corpos e almas de jovens e adultos.
Como lidar com este drama ? Proibir ou liberar ? Total ou parcialmente ?

Um exemplo singular de como tratar este problema foi implementado na Holanda, onde foram criadas áreas específicas e delimitadas destinadas ao livre consumo de drogas.Tudo sob a supervisão do Estado, que inclusive fornece de seringas e agulhas descartáveis aos usuários.

No caso da prostituição, adotou-se o mesmo caminho liberal. Existem ruas exclusivas para a prática da mais antiga profissão do mundo, inclusive com a exposição das meninas em grandes vitrines. Vale ressaltar que a prestação de serviços deve ser feita “in loco”, não podendo os consumidores degustar os produtos em outros locais da cidade.

O que isto tudo tem a ver com a corrupção no Brasil? Explico!

Acredito que nós também poderíamos dar um bom exemplo ao mundo, aproveitando a experiência com a droga e a prostituição, feita naquele País Baixo – se eles conhecessem o Brasil, achariam aqui mais baixo ainda - adaptando aquela situação para a prática da corrupção existente no Brasil Já é notório que o governo tupiniquim perdeu todo e qualquer controle sobre o processo de corrupção no país. Por isso a minha sugestão seria o Congresso Nacional votar um projeto de lei, ou mesmo o Presidente da República - quando retornar de uma das milhares de viagens - encaminhar uma Medida Provisória, propondo A CRIAÇÃO DE ÁREAS ESPECÍFICAS PARA A LIVRE PRÁTICA DA CORRUPÇÃO. Seria como uma Zona Franca de Manaus, só que neste caso destinada à produção de falcatruas .

Estes estabelecimentos permitiriam ao corruptor e ao corrupto encontrarem-se em horários pré agendados – obviamente, por secretárias que não tenham este péssimo hábito de denunciar seus patrões - para desenvolver com tranqüilidade e comodidade a lúdica atividade do desvio do dinheiro do povo.

Os prédios em questão teriam grandes vidraças – não, em fumê - objetivando a que todo e qualquer cidadão interessado pudesse acompanhar as negociações. Contariam com proteção policial do lado de fora do local - a polícia deve estar sempre de fora, claro – evitando, assim que ladrões comuns possam atentar contra o patrimônio dos políticos e empresários que estejam participando dos eventos.

A logística a ser implantada nestes locais, virá a alavancar a economia nacional, pois seriam instalados bons restaurantes, um hotel anexo - estas negociatas podem levar dias e são extenuantes para os seus participantes. Casas de massagem seriam imprescindíveis, para os momentos de relax dos indiciados – desculpem,quero dizer dos aliciados. Toda esta parafernália ajudaria sobremaneira a geração de empregos tão almejada pelo Governo Federal – quem sabe chegaríamos aos 10 milhões de empregos prometidos na última campanha presidencial. No aspecto da infra-estrutura de informática, existiriam terminais de computador conectados on-line, 24 horas por dia, à todos os ministérios, órgãos públicos e estatais para o acesso instantâneo aos contratos de Licitações e Concorrências Públicas. Tudo isso no intuito de agilizar a escolha dos vencedores e estabelecer o mais rápido possível os valores das propinas.

Seguindo a metodologia da Holanda, o Palácio do Planalto distribuiria a cada participante das rodadas de corrupção, semanalmente, e de forma gratuita, 02 malas pretas e 10 cuecas evitando-se assim, a promiscuidade do uso compartilhado.

Nos corredores internos, grandes vitrines exporiam os corruptos à disposição no momento, facilitando o trabalho dos corruptores que poderiam escolher mais rapidamente o seu canalha para a relação desejada.

Estas medidas trariam um ganho real para a sociedade brasileira pois seriam estabelecidas normas e regras rígidas para o funcionamento das atividades de corrupção, não permitindo que aventureiros e pára-quedistas entrassem na profissão sem qualquer preparo e local adequado para exercê-la. Seria criado um sindicato visando a regulamentação da profissão de corrupto e corruptor, quando inclusive os postulantes à atividade submeteriam-se a uma prova de avaliação antes do seu ingresso na classe laborial. Somente a título de sugestão, este sindicato poderia denominar-se : SIFODA – SINDICATO DOS FRAUDADORES DE OBRAS DE ARAQUE, tendo, obviamente, a sua sede central em Brasília, mas podendo abrir sub-sedes em todas as cidades brasileiras.

Queremos ressaltar que a regulamentação desta atividade, teria ampla repercussão internacional trazendo muitas divisas para o pais, pois aqui aportariam milhares de corruptos de todo o mundo que encontrariam no Brasil um local seguro e profissional para o exercício das suas atividades. Sem contar com milhares de turistas estrangeiros que, já cansados de visitar cassinos e prostíbulos teriam nestes locais uma emoção nova e inusitada.

Um biólogo-político russo, o Dr. Mikhail Pikaretoff, após anos de exaustivas pesquisas de laboratório com uma terrível e degenerada raça de roedores que têm o nome científico de ratos"Parlam Entares ", chegou à conclusão que o corrupto e o corruptor não podem ser tratados como criminosos, mas como vítimas. Segundo o catedrático eles devem ser considerados usuários, e merecem tratamento digno em hotéis de luxo, restaurantes franceses e em casas de massagem suecas.

Compreendo que é difícil para nós, brasileiros, aceitarmos estas novas teorias comportamentais e sociológicas.

Mas, vocês precisam entender que corrupto tem família e também é gente !!!