A ANA CAROLINA RESTON MACAN
Osvaldo Pastorelli
 
 

Surda aos gritos da caterva muda, a cidade sonoriza os dilemas rachando concreto, cimento, ruas, vielas e praças silenciosas.

Séculos de individualidade, alimentam o progresso que avança deturpando o humilde em busca de um raio de sol.

No leito da vida, o vale tudo é aceito como regra de sobrevivência lutando, braço a braço, pelo direito a dignidade.

Ossos raquíticos cruzam, aleatoriamente, a corda bamba como marionetes nadando em tudo que pinga das mãos pela sobrevivência.

Cego e surdo no fio de voz, o sussurro das mentes que não emudecem, transformam pensamentos em palavras.

E na tela panorâmica dos outdoors luminosos, sorrisos falsos brilham na anorexia ceifando belas futilidades.

 
 
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