Cúmplice
do descaso
Que, em todo caso, é só omissão.
Ruge, pra nosso ocaso
A famigerada corrupção
Que devora riquezas demais
Sem amor nem respeito à nação
E entrega pra quem pagar mais
Toda a bênção que há nesse chão
Chão
que transpira vida
Bem definida, com precisão
Tão desequilibrada
Por mal fadada intervenção
De quem não visualiza o futuro
No escuro da própria ambição
E ainda trilha o caminho inseguro
De tudo o que é exploração
Força
viva é o que existe nas matas
Nos mares e em nossas mãos
Mais que tantas ciências exatas
Precisa em sua lição
De ganhar a vida
Onde houver saída pra situação
Sem promover fingida
E desmilingüida oposição
Nosso
solo é fecundo demais
Pra chorarmos miséria sem fim
Nosso braço é forte e capaz
Pra que ainda vivamos assim
Submissos a estranhas vontades
Alheias à nossa razão
Sufragando
as nossas verdades
Em prol de uma grande ilusão
De estar incluído
Num pervertido pacto moral
No qual é incutido o embutido internacional
Que, em momento nenhum leva em conta
A conta do nosso valor
Muito pelo contrário, vai contra
O que aponta a nosso favor
Força
viva é o sal do suor
De quem brilha à luz da manhã
E cantando, declama decor
A canção de se crer no amanhã
Que se apresenta à frente da tenda da emoção
Sob encomenda
Da unilateral globalização
Força
viva é a vida
Redefinida em versão digital
Que não viva, pra sempre escondida
A nossa errônea e falida
Equação entre o bem e o mal.