SAUDADES DO ELEFANTE
Vanessa C. Vaz
“O que mais vou sentir falta é do elefante.” Disse minha amiga que está preste a mudar para o exterior. “Como assim?, perguntei.” Ela contou que todo dia quando sai de carro vê o elefante, pois sua casa é perto do zoológico. E ainda me desafiou “quem é que tem o privilégio de ver um elefante todo dia?”

Segundo ela, o elefante é um dos animais mais encantadores que existe. Ele é nobre e leve. “Leve ?”, perguntei. Ela argumentou que apesar da aparente brutalidade, por causa do tamanho e do peso, o elefante é um animal delicado e tem muita leveza. É só reparar no modo de vida dele.

Reparar na vida de elefante? Nunca havia pensado nisso. Que lições poderia eu tirar da vida de um elefante? Lembrei me, então, da formiga, que mesmo sem chefe trabalha em grupo. Do gato que enterra suas fezes, sem que ninguém o peça. É, podemos aprender sim com o modo de vida de um animal. Mas como conhecer a vida de um elefante? Bom, como não tenho dinheiro para ir para África, resolvi pesquisar na Internet.

Descobri que os elefantes são os maiores animais terrestres vivos. Podem medir até 7 metros de altura, pesar 12 toneladas e comer cerca de 200 kilos de vegetais por dia.

Também reparei que o elefante tem hábitos cotidianos peculiares. Por exemplo, ele cobre-se de barro a fim de proteger sua pele do sol e de parasitas indesejáveis. E, mesmo assim, não anda sujo. Pois, costuma tomar banho e, para isso, usa sua tromba.

Aliás, a tromba, é uma espécie de mão para o elefante, serve para muitas coisas. Tomar banho, comer, acariciar, entre outras. Para se ter uma idéia, ela é tão forte que arranca uma árvore, mas ao mesmo tempo, é tão sensível que segura uma flor.
Como a mão, a tromba também usa instrumentos. Um exemplo disso, são os galhos das árvores. Os elefantes os usam para varrer o chão das moscas, para fazer rabiscos no solo e até para cobrir o corpo de um semelhante que tenha morrido. Assim como os homens, eles também choram perante seus mortos.

Engraçado, mas a causa da morte de um elefante está quase sempre relacionada ao dente. Muitos são mortos jovens quando caçados por causa do marfim, substância que é extraída do grande dente e usada para fazer, entre outras coisas, bola de bilhar e teclas de piano. Outros, morrem quando seus molares caem, o que os impedem de se alimentarem direito. Isso ocorre mais ou menos por volta dos 60 anos de idade...

Pelos meus cálculos, o elefante de minha amiga ainda tem muitos anos para viver. Portanto, caso ela resolva voltar do exterior, a fim de passar seus últimos dias na sua terra natal (como fazem os elefantes), então, é capaz dela encontrar seu amiguinho do zoológico ainda vivo e, assim, poder matar a saudade.
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