CRÔNICA
NÚMERO 33
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Osvaldo Pastorelli
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Vou te fazer uma pergunta. Uma pergunta que nunca me fizeram. É tão importante como importante é a vida, como importante é o amor, e, como importante é a amizade. Se a pergunta for feita aos que não entendem o significado da vida, a pergunta será grande mistério. Muitos torcerão o nariz sem convicção. Os que procuram o nirvana tecerão loas como conhecedores do assunto. Já os infelizes ficarão sem saber o que dizer devolvendo a pergunta e, não satisfeitos, formularão uma outra. É uma pergunta que se deveria fazer sempre a nós mesmos e, principalmente a quem amamos. É para ser feita olho no olho com sinceridade, sem constrangimento. A pergunta é: VOCÊ É FELIZ? Isso poderá até ser uma notícia para você, mas eu pergunto novamente: Você é feliz? O que você me responderá? Isso de dizer que se você é feliz eu também sou, é balela. Ninguém é feliz por que alguém é feliz. Para se chegar à felicidade é preciso ter equilíbrio intelectual e moral. É preciso saber trabalhar com o medo, aparar as arestas do sentir num conviver aceitável. Eliminar os pejorativos conceitos sem cair no ridículo de sentir o sentir por sentir simplesmente. É palmilhar os meandros dos desejos sem se deixar ser conduzido. É cruzar o abismo do pecado sem perder a noção do limite entre o real e o imaginário, entre o amor e a realidade. Para que eu me sinta feliz por que alguém é feliz, terei que ser primeiro feliz. Isso não é ser egoísta. Isso é fundamental para que se possa viver um viver a dois. |