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No
meio da manhã.
De repente a gente se dá conta a preencher todos os espaços
cigarras da primavera.
Respiração se dilata som contínuo de lata.
Aos poucos voltamos a atenção para o que fazíamos...
E quando levantamos a orelha, qual cão guaipeca
não, não há algazarra, cigarra se calou.
Retomamos os afazeres.
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Tarde
isolada entre reais e imaginários.
Lá estão elas, cigarreando com animação.
Olhar se espraia sim, existem mistérios palpáveis.
Mas, como dizia, se continuarmos, a partir deste parágrafo poderíamos
sinalizar as prioridades...
Passam-se as horas, o dia arrefece em relativo silêncio conhecido.
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Alta
noite, ímpeto incontido cigarras na farra.
Chega, nada sério inventarei agora.
Da varanda, avisto, pendurada no caramanchão de rósea
primavera, estrela rara flor, ontem extravagante botão.
Máquina fotográfica, captarei a impressão.
De perto, perfume doce único, segredo tropical.
Anunciada apenas pelo perfume, discreta por entre a exuberância
das cigarras.
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Vou
com meu cão guaipeca.
Sensação aguçada, agradecida plenitude.
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Manhãzinha,
escuto vozes vizinhas.
A reclamar das cigarras estonteantes, das folhas ventadas no chão,
dos latidos do meu guaipeca, da folia dos meus gatos sapecas, do rock
do meu filho ativo, das portas e janelas que o amor abre nas madrugadas...
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Assim
seguimos nossa aventura.
Sem a incerteza de apenas seguir olhando a vida alheia.
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