CRÔNICA NÚMERO 31
Osvaldo Pastorelli
 
 

Descobrimos os sentimentos no transcorrer do jogo como o dado é meramente jogado no pano vermelho do dia-a-dia.

Descoberta que às vezes, parece meio forçada, quase na marra, porque somos obrigados ao descobrir, mesmo no medo.

Talvez, propriamente não seja descoberta, e sim, aprendizagem onde devemos separar o joio do trigo, guardando apenas o que é útil.

A palavra descobrir, creio, é apenas disfarce a encobrir a incompetência de um aprendizado mal feito.

Descobrir é fato constante que altera os genes da sensibilidade substituindo, do principio ao fim, a construção do DNA filosófico e poético da vida.

Lento, o fato se consuma na fase adulta, quando percebemos que a volta ao original é mentira amputada ao nascermos.

Cada vez que o corpo físico se pronuncia, o espiritual vibra sensivelmente latejando em prazer.

Nesse momento, a recordação de outro corpo, é mais latente, é mais desejado.

Aí, para trocar o fato pelo ato, propriamente dito, sem que se possa concretizar tal realização, é meramente um passo insignificante.

Crônica inspirada no poema "descobri que sentimento", de Eliane Malpighi, postado na lista na sexta-feira, 07 de abril de 2000

 
 
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