Andando
em peles, sedas e desertos,
Tenho a impressão de nada existir.
Seus olhos são meu passatempo favorito;
Sua boca, a delicadeza do som;
Seus braços, Ah! Essas dunas e seus mistérios...
Numa
estrada seu semblante surge como miragem.
E a chuva que molha o pára-brisa,
Escorre calma, tranqüila, em minha face,
Através das lágrimas que choram sua saudade,
Que gemem seu toque quente e ardente.
As
lacunas que cercam a passarela,
Com sua beleza opaca me dão bom-dia,
E suas árvores repletas de vida,
Anunciam que a estrada é longa,
E não tão lindo quanto o que sinto...
Lanço
meu rosto pela janela de meu pensamento,
E começo a imaginar um céu mais claro;
A leve brisa me acalma e traz a racionalidade,
Dura como rocha, mas sensata.
Meu
caminheiro!
Nessa estrada, nesse caminho, nessa passagem que comandas,
Que comandas meu vulcão de emoções,
Que tem a chave para meus álibis falsos
Que além de direcionar e guiar meu destino,
para aquilo que chamo de felicidade,
é quem hoje abriu a represa e inundou meu sonho
com lágrimas incontidas por um amor que não encontra reflexo.
Novamente
me encolho, choro e pergunto,
Com a ultima gota de sensibilidade que possuo:
Onde encontrar meu céu? Meu sol?
Como me livrar do nevoeiro que entorpece e tira a vida do que me cerca?
Talvez...
palavra essa que me persegue a cada resposta,
Talvez seja a hora de desistir de uma razão para seguir...
Talvez seja a hora de mudar de rota... perder o medo...
E dar espaço ao adeus...
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